quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Águia exibe estrelas, Porto mostra Comandante e ambos marcam encontro para Março

O Benfica e o Porto apuraram-se para as meias-finais da Taça da Liga, ao vencerem na terceira e última jornada da fase de grupos da competição. Enquanto que num jogo se viu muito talento e futuro, no outro verificou-se que o mercado serviu para corrigir algumas deficiências.
No Estádio da Luz, bastava aos comandados de Jesus um empate para seguir em frente na prova, mas os encarnados não fizeram por menos e venceram categoricamente o Marítimo -única equipa que bateu o Benfica esta época- por claros 3-0. Com Emerson e Luisão lesionados, Jesus lançou para os seus lugares Capdevilla e Jardel para fazerem companhia a Maxi e Garay, aproveitando o treinador para fazer descansar Artur (Eduardo jogou no seu lugar), Cardozo e Rodrigo (a frente de ataque foi entregue a Nélson Oliveira e a Saviola), enquanto que no meio-campo os titularíssimos Javi Garcia, Aimar, Nolito e Gaitán completaram o onze inicial, num 4-4-2 losango, frente a um Marítimo ainda a procurar o substituto de Baba.
Nico ainda não está na sua melhor forma, mas vem subindo de rendimento.
Os insulares até começaram melhor a partida e logo aos quatro minutos podiam ter inaugurado o marcador, através de um slalom de Sami, que só deu não deu golo porque Eduardo fez bem a mancha e evitou o primeiro. O primeiro acabou mesmo por chegar, mas para as águias, por intermédio de Nélson Oliveira aos 14 minutos, aproveitando da melhor forma um passe excelente de Saviola, após 10 minutos demolidores do actual líder do campeonato (curiosamente, esse domínio verificou-se após a tal oportunidade falhada por Sami). Com o golo marcado, a equipa da casa continuou a mandar no jogo e podia ter chegado por diversas vezes a novo golo, com especial ênfase para o remate de Nolito, logo após o tento inicial.
Jesus não poupa Javi Garcia. Percebe-se o porquê a cada jogo.
A partir da meia hora, o Marítimo pegou no jogo e, face á ineficácia adversária, podia ter empatado, o que não aconteceu, e assim o intervalo chegou com 1-0 no marcador.
Na segunda parte, de novo (muito) mais Benfica, que arrasou por completo o Marítimo, que não conseguia sacudir a pressão face a tal superioridade encarnada, superioridade essa que se acentuou após a expulsão do maritimista Pouga, resultando ainda em mais oportunidades (desperdiçadas) para os encarnados (Saviola foi o rosto desses falhanços, tal a quantidade de oportunidades por si desperdiçadas).
Arriscando-se a todo o momento a sofrer o golo do empate, Jesus lançou Rodrigo em campo por troca com Saviola aos 67 minutos, e o hispano-brasileiro precisou apenas de cinco minutos para facturar, algo que o número 30 argentino não fez em mais de uma hora (e não foi por falta de oportunidades...), dando o melhor seguimento á jogada que o próprio iniciou, não sem antes passar pelos pés de Nélson Oliveira (melhor em campo) e de Gaitán. Após mais uns quantos desperdícios de ambas as partes, o terceiro lá acabou por surgir, aos 80 minutos e novamente por Rodrigo, que rematou para a baliza deserta após tirar o guardião adversário do lance. Até final, nota apenas para a estreia de Djaló pelo Benfica. Muita nota artística dos encarnados nesta partida.
O Benfica tem aqui dois prodígios; o português foi o melhor em campo, o espanhol bisou em 25'.

Homem do jogo: Sem qualquer dúvida, Nélson Oliveira. O português apresenta-se cada vez a um melhor nível sempre que tem oportunidades para isso e no Domingo fez o que quis da defesa adversária, com destaque para o golo que marcou: soube-se posicionar para não cair em fora-de-jogo, ainda olhou para o fiscal de linha e colocou a bola onde queria, demonstrando uma frieza notável para a idade que tem.
Jesus e o comentador da SIC disseram frases bastante esclarecedoras sobre o jovem avançado: o primeiro disse que (a par de Rodrigo) “não vai ficar muito tempo no Benfica”, enquanto que o segundo referiu que “neste momento, Nélson Oliveira era titular em qualquer equipa portuguesa menos no Benfica”, que tem ainda Cardozo, Rodrigo e Saviola para o ataque.

O Benfica vai receber dia 21 de Março o Porto na meia-final da competição, pois os dragões receberam e venceram o Vitória de Setúbal por 2-0, com os reforços em evidência.
Vítor Pereira deu oportunidade aos menos utilizados e apresentou um onze muito diferente do habitual, com Bracali na baliza, Danilo (estreia a titular com a camisola azul e branca), Maicon (de volta, com titular, á sua posição original), Mangala e Alex Sandro na defesa; no meio-campo, Fernando como elemento mais recuado, com Moutinho e Lucho González á sua frente e no ataque, ‘Cebola’ Rodriguez de um lado, Varela do outro e Marc Janko no centro. Apesar da falta de rotinas de alguns jogadores, a superioridade portista nunca esteve em causa, já que o campeão nacional dominou a seu bel-prazer, não tendo sido de estranhar que, á passagem dos 20 minutos, Lucho tenha colocado o Porto a vencer, através de um golo magistral e digno de um dos melhores do ano, com a bola a entrar “onde a aranha passa a noite”.
Lucho regressou, marcou um golaço e foi o homem do jogo.
Após o golo sofrido, o Vitória ainda tentou responder e Ney conseguiu mesmo cabecear á trave aos 36 minutos (um minuto após a entrada de Defour para o lugar do lesionado Fernando), mas cada vez mais se percebe que este Vitória é uma das, senão mesmo a, equipas mais fracas do campeonato, não espantando se descer para a Liga Orangina no final da presente temporada.
A vencer por um golo de diferença na saída para o intervalo, o Porto entrou no segundo tempo disposto a arrumar por completo a partida e, após muitas defesas do guardião sadino Matos, os dragões conseguiram chegar ao segundo a pouco mais de 20 minutos do final do encontro, por intermédio do estreante Marc Janko, que (á enésima tentativa) coroou o primeiro encontro ao serviço do seu novo clube com um golo, já depois de Vítor Pereira ter esgotado as substituições com as entradas de James e Álvaro Pereira para os lugares de Cristian Rodríguez e Alex Sandro, respectivamente.
O avançado austríaco não podia ter tido melhor estreia.
O Porto venceu com toda a justiça e, como supracitado, vai disputar o acesso á final no Estádio da Luz em Março. No entanto, importante frisar que o meio-campo portista não carburou da mesma forma após a saída de Fernando, que deu o lugar a Defour por lesão.

Homem do jogo: Muitos perguntam se Lucho Gonzalez saiu mesmo do Porto ou se esteve duas épocas e meia a fazer apenas uns treinos no Marselha, tal a exibição e o entrosamento apresentado pelo argentino. “El Comandante” foi mesmo um comandante em campo e vem acrescentar muito a este Porto. Marc Janko merece também destaque, pois chegou, viu...e marcou.

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