quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Galo cantou três vezes

O Porto perdeu no passado Domingo em Barcelos por 3-1 frente ao Gil Vicente, em jogo a contar para a 17ª jornada da Liga Zon Sagres e viu aumentar a distância para o líder Benfica para cinco pontos, deixando de depender de si próprio para se tornar campeão este ano. Só que o pior mesmo foi a exibição dos actuais detentores do título.
Analisemos então o jogo: os dragões iniciaram a partida com apenas uma mexida –e forçada- em relação ao onze inicial que derrotou o Guimarães em casa, com o castigado Fernando a dar o seu lugar a Souza no meio-campo portista, no 4-3-3 característico para os lados do dragão.
O início de jogo foi algo atabalhoado, mas rapidamente o Gil, que recorde-se fez uma excelente exibição na Luz a semana passada, tomou as rédeas do jogo e mandou no encontro. A supremacia gilista acentuou-se com o golo do central Cláudio, que subiu á área contrária para inaugurar o marcador em Barcelos, na sequência de um livre, perante a passividade da defesa azul e branca, que ficou colada ao relvado.
Helton foi o rosto da desilusão azul e branca.
Com o golo sofrido, seria de esperar que os comandados de Vítor Pereira fossem para cima do opositor á procura de virar o resultado, mas nada disso se verificou e o Gil continuou por cima na partida, controlando um apático e confrangedor Porto.
Tal apatia portista foi aproveitada pelo Gil para aumentar a vantagem, através de uma grande penalidade a castigar mão na bola do central Otamendi convertida pelo central Cláudio, que bisou assim na partida, levando os campeões nacionais a seguirem para intervalo com uma desvantagem de dois golos.
Cláudio bisou e ajudou a sua equipa a vencer.
No início do segundo tempo, Vítor Pereira mexeu (mal) na equipa ao trocar Otamendi por Danilo e Souza por Belluschi (que como se sabe agora, fez o último jogo ao serviço dos dragões), voltando Maicon para o centro da defesa (após semanas e semanas a lateral direito), tendo Danilo ocupado a lateral direita e Belluschi jogado no meio-campo portista.
Vítor Pereira mexeu mal na equipa e o seu Porto ressentiu-se disso.
Com estas modificações, o meio-campo portista fragmentou-se e deixou de haver alguém que fizesse a ligação da defesa ao meio-campo, algo que, bem ou mal, Souza fez no primeiro tempo. Com muito espaço entre linhas e sem conseguir carburar, os dragões permitiram que o Gil dispusesse de muito espaço, e foi através do muito espaço dado que os gilistas chegaram ao terceiro ao minuto 52, num rápido contra-ataque consumado por André Cunha, um grande golo, diga-se de passagem (Rolando não seguiu viagem para o Porto com o resto da equipa após o jogo, já que ainda está á procura dos rins).
A perder por três, Vítor Pereira apostou tudo o que tinha: esgotou as substituições ao tirar Defour e lançar ‘Cebola’ Rodríguez, colocou Varela ao lado de Kleber na frente e subiu Álvaro Pereira para a ala esquerda, posição que o uruguaio faz na selecção.
Em 3-5-2, Varela ainda marcou para os portistas, mas o destino estava já traçado e o Porto viu assim a distância para o Benfica aumentar de dois para cinco pontos.
Maicon regressou por 45' ao eixo da defesa mas nada pôde fazer para combater a apatia generalizada.

Homem do jogo: não há um homem do jogo nesta partida, mas sim os 14 jogadores que defenderam a camisola do Gil e deram uma importantíssima vitória ao clube, que não ganhava há cinco encontros.
De lamentar a atitude de Vítor Pereira (já antes vista aquando da eliminação da Taça ás mãos da Académica) que disse que a sua equipa jogou muito mal (facto), mas culpou o árbitro pela perda dos três pontos, dizendo que “podem dar as faixas ao outro clube (Benfica)” e classificando de “vergonhosa” a actuação do árbitro.
Neste blog não se fala de arbitragem, mas pode-se afirmar que vergonhosas foram as suas declarações.

Imagens: www.record.xl.pt

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