terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Benfica sua para derrotar Feirense

O Benfica sofreu a bom sofrer para levar de vencida o Feirense por 1-2 e consolidar o 1ª lugar do campeonato, depois de ter estado a perder no encontro.
Em Santa Maria da Feira, os actuais líderes da Liga sofreram bastante para vencer um expedito Feirense, que procurou sempre fazer estragos na baliza de Artur. Pablo Aimar e Bruno César regressaram ao onze inicial por troca com os alas Gaitán e Nolito, acreditando Jesus que os alas teriam poucas oportunidades para desequilibrar e que Bruno César seria preponderante numa eventual bola parada, dadas as menores dimensões do terreno. Assim, o Benfica apresentou-se no Marcolino de Castro em 4-2-3-1 com Artur na baliza, Maxi, Luisão, Garay e Emerson; Witsel e Javi Garcia a trincos, Rodrigo na direita em vez da sua habitual posição de avançado, Bruno César na esquerda, Aimar no centro e Cardozo sozinho na frente.
Só que o Benfica nunca se conseguiu adaptar ás menores dimensões do relvado, bem como ás mexidas tácticas de Jesus e o Feirense aproveitou para começar o jogo por cima, tendo a possibilidade de inaugurar o marcador num cabeceamento do central Luciano, que saiu por cima, e num cruzamento/remate, aos 15 minutos, de Diogo Cunha que “beijou” a trave, perante um Benfica impotente que não conseguia dominar o jogo e soltar-se da pressão constante do adversário (prova disso mesmo foi a quantidade de vezes que Luisão e Garay tiveram que “despachar” a bola para a frente, já que não conseguiam sair a jogar).
A partir sensivelmente dos 20 minutos, Jesus deu “ordem de soltura” para Rodrigo se colocar ao lado do paraguaio na frente de ataque, e as águias passaram a jogar com dois avançados e em losango, com Witsel a abandonar o miolo e a jogar na ala direita.
Witsel jogou em várias posições e não esteve tá activo como noutras partidas.
É certo que esta não é a posição onde o belga se sente mais confortável, mas com esta mudança, o clube da Luz cresceu no jogo e ia chegando cada vez com mais perigo á baliza contrária. Isto porque Aimar, embora tenha realizado uma exibição um pouco cinzenta, passou a ter mais bola e mais espaço para espalhar a sua magia e grande visão de jogo pelo relvado, como ficou provado aos 37 minutos quando fez um passe mortífero para Rodrigo que Paulo Lopes defendeu com alguma dificuldade. Nesta altura o Benfica canalizava muito jogo pelo meio, visto que Bruno César apresentou-se uns furos abaixo da sua capacidade, Witsel descaía muito para o centro, ficando apenas Maxi Pereira encarregue das despesas no lado direito. O intervalo chegou com 0-0 no marcador, mas com um Benfica claramente senhor do jogo e com oportunidades para ir a vencer para o descanso, como o cabeceamento com selo de golo de Rodrigo que Paulo Lopes negou de forma brilhante. Ainda assim, aceitava-se o resultado pelos bons 20 minutos dos da casa.
Rodrigo vai-se afirmando a cada jogo como imprescindível no onze encarnado; já Maxi fez uma óptima 2ª parte.
Na segunda parte, o Feirense reentrou a toda a velocidade e após cinco minutos onde sufocou o Benfica, chegou mesmo á vantagem através de Varela, que deu a melhor sequência a um pontapé de canto. O Benfica tinha 40 minutos para dar a volta ao marcador mas precisou apenas de quatro para restabelecer a igualdade, por... Varela, que “traiu” a sua equipa ao fazer um auto-golo.
Após o empate, Jesus não demorou muito a mexer na equipa e lançou Nolito e Gaitán para os lugares de Aimar e Bruno César, de modo a alcançar os três pontos. Com estas alterações, o Benfica ganhava finalmente “asas” para atacar um Feirense que de anjinho não teve nada; Witsel passou para número 10 e os recém-entrados posicionaram-se nas alas, num losango muito ofensivo que procurava desferir a estocada final. Com estas mexidas (e com um Maxi Pereira que surgiu na 2ª parte ligado á corrente) o Benfica encostou finalmente o adversário ás cordas e tomou conta do jogo até obter o que pretendia, leia-se o segundo golo, que surgiu num penalty convertido por Cardozo, a castigar falta de... Varela sobre Rodrigo, já depois do hispano-brasileiro (sempre ele) e Nico Gaitán terem desperdiçado oportunidades para fazer o segundo.
Óscar Cardozo fez mais um golo e eleva para oito os jogos cosecutivos a marcar.
Com o míssil disparado pelo paraguaio, o Benfica recuou as suas linhas para usar umas das suas armas: é certo que deixou o Feirense subir no terreno e aproximar-se com perigo da baliza de Artur, como foi o caso do minuto 78 em que, não fosse Emerson a dar o corpo ao manifesto, muitos corações tinham parado com o empate do Feirense, mas o Benfica dispunha nesta altura de muito espaço para lançar o seu venenoso contra-ataque, com Gaitán e Rodrigo, este já nos descontos, a desperdiçarem a oportunidade de fazerem o terceiro para o líder da Liga.
O jogo lá chegou ao fim e os encarnados conquistaram uma preciosa vitória arrancada a ferros que permitiu estar, na altura momentaneamente, com cinco pontos de vantagem para o rival Porto.
Fora das quatro linhas, nota para a lotação praticamente esgotada do Marcolino de Castro, apesar dos preços elevados para assistir ao encontro, com o Benfica a ser mais uma vez o “ouro dos pobres”. Nota também para a bancada atrás da baliza defendida por Paulo Lopes no segundo tempo, que cedeu com os festejos ao golo de Cardozo e para a grande atitude dos Diabos Vermelhos, que cumpriram o que disseram e não assistiram ao jogo dentro do estádio, mas puxaram pela equipa ao se colocarem num dos prédios junto ao estádio(seguramente pagaram ao condomínio desse mesmo prédio para lá poderem assistir á partida, mas decerto não tanto como se assistissem a jogo dentro do recinto desportivo).
Varela foi muito infeliz nesta partida.
Homem do jogo: Paulo Lopes e Rodrigo fizeram uma excelente exibição e ambos merecem esta distinção. Já o central do Feirense Varela não esquecerá tão cedo este jogo, pois marcou um golo em cada baliza e cometeu o penalty que originou o segundo tento encarnado.

Imagens: www.record.xl.pt

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