terça-feira, 24 de janeiro de 2012

16ª jornada: Encarnados e Dragões vencem e deixam tudo na mesma no topo da Liga

Muita festa no lado encarnado pela vitória, em contraste com a desilusão gilista.
O Benfica e o Porto venceram em casa por 3-1 o Gil Vicente e o Vitória de Guimarães, respectivamente, permitindo aos encarnados manter a vantagem pontual para os campeões em título nesta 16ª jornada. No entanto, ambos tiveram que sofrer para saírem vitoriosos dos respectivos encontros. Comecemos pelos encarnados: entrando em campo sabendo de antemão que o rival do Norte tinha vencido o seu jogo, o Benfica começou o jogo com Garay e Javi Garcia de volta ás suas posições de sempre depois, respectivamente, de uma lesão e um jogo de castigo, Witsel a ocupar o vértice mais adiantado do losango típico do Benfica versão Liga Portuguesa, Gaitán e Nolito nas alas e a já habitual dupla Cardozo-Rodrigo na frente, com o Maestro argentino Pablo Aimar de regresso aos convocados, mas no banco.
Tacuara e Rodrigo, a nova dupla mortífera das águias.
Com 43 mil espectadores a puxar pela equipa, não havia benfiquista que não esperasse a combinação “goleada e nota artística”, mas “esqueceram-se” que o seu clube não estava em treino e tinha um adversário á sua frente disposto a regressar a Barcelos com pontos no bolso. E a verdade é que cantou de galo durante todo o jogo, criando muitas dificuldades ao clube da Luz, que sofreu muito até aos 75 minutos, altura em que arrumou o jogo.
Tudo isto se deveu ao atrevimento do Gil, que saía rápido em contra-ataque sempre com a baliza de Artur na mira e ao facto de anular uma das mais preciosas armas dos encarnados, o jogo pelas alas. Sim, Nolito não fez um jogo histórico do ponto de vista exibicional e sim, Gaitán ainda não recuperou por completo a forma, mas os laterais de Barcelos contaram com a ajuda do seu meio-campo de modo a controlar (com sucesso) as investidas dos encarnados pelos flancos, tornando o jogo do Benfica menos fluído e menos propício ás explosões do espanhol, de Nico e também de Maxi (Emerson é outra conversa).
Deparando-se com este problema, os líderes do campeonato procuravam espaço para criar perigo, mas o golo teve que surgir de bola parada, aos num livre lateral cobrado por Nolito a que Cardozo deu o melhor seguimento com a cabeça, numa bela jogada estudada em que Javi e Luisão arrastaram os defesas gilistas, deixando assim Tacuara livre de marcação para desferir o golpe certeiro aos 27 minutos, naquela que foi verdadeiramente a primeira oportunidade de golo dos visitados, já que aos 15 minutos antes o Gil criou uma boa oportunidade de golo na área contrária.
Cardozo e Garay a festejarem o 1º no Domingo: o paraguaio marca golos, o argentino evita-os e o Benfica persegue o título.
‘Agora serão mais quatro ou cinco!’, devem ter pensado a grande maioria dos adeptos encarnados, mas mais uma vez enganaram-se: aos 40 minutos, canto a favor do Gil, Artur sacode com os punhos e Rodrigo Galo, acabadinho de chegar do Sporting de Braga, faz um grande golo de fora da área e leva o jogo para intervalo com um justo 1-1 no marcador. No intervalo, os visitantes de Barcelos fizeram uma rápida visita a Londres e de lá trouxeram um autocarro de dois andares, muito característico da capital inglesa para com ele entrar em campo no segundo tempo e o que é certo é que o transporte teve combustível até Rodrigo desfazer o empate aos 72 minutos, pois o Benfica deparava-se com os mesmos problemas da primeira parte, sendo obrigado a jogar pelo meio, só que a inspiração no Domingo não foi muita e Jesus teve que lançar Aimar em campo aos 57 minutos para o futebol encarnado ter outro perfume e a história ser outra.
Jesus mexeu bem na equipa e alcançou a vitória.
Não que o argentino tenha fintado os 11 adversários de uma só vez e tenha marcado, mas fez jogar a equipa encarnada e estancou as iniciativas gilistas que “teimavam” em se aproximar com muito perigo da baliza de Artur e fazer sofrer os 43 mil no estádio, principalmente através de Hugo Vieira, que esteve muito irrequieto e causou seguramente muitos arrepios na espinha. Rodrigo desfez então a igualdade, através de um pontapé de fora da área que sofreu um desvio e tirou o guarda-redes Adriano do lance, numa altura em que Jesus, para além de Aimar, arriscou tudo ao lançar Bruno César em detrimento do espanhol Javi Garcia.
Rodrigo, o novo menino bonito do 3º anel.
É certo que o Benfica ficava ainda mais sujeito a contra-ataques venenosos –e ainda se verificava um empate no marcador- mas só a vitória interessava aos da casa, que com estas substituições passaram a jogar num sistema que se assemelhava muito a um 3-5-2, já que Maxi avançava no terreno para a ala direita, Nolito continuava a ocupar a ala esquerda, Bruno César “colou-se” a Aimar na posição 10 e a dupla Cardozo-Rodrigo mantinha-se na frente.
Desta forma, o Gil Vicente viu-se sufocado durante 10 minutos, tempo suficiente para Rodrigo e Aimar fazerem, cada um, um golo e fixar o resultado final em 3-1, que o Gil ainda tentou mudar para 3-2, mas a partida estava acabada e o Benfica venceu a partida sem nota artística mas com muita justiça e não descolou do 1º lugar na tabela. E assim, 43 mil espectadores foram para casa muito contentes...

Homem do jogo: O jogo estava muito calmo, parado até, mas Aimar entrou na partida, espalhou magia, revolucionou o jogo, marcou e deu a suada mas merecida vitória aos encarnados. Grande meia hora do argentino.
Aimar marcou o 3º e demonstrou que o seu frasco tem ainda muito perfume para espalhar pelos campos nacionais.

Em relação aos campeões em título, enfrentaram também muitas dificuldades para superar um Vitória de Guimarães que se começa finalmente a mostrar em termos de qualidade de jogo. Em pleno Dragão, o Vitória iniciou o jogo a controlar as operações, perante um Porto que tinha no banco a contratação Danilo e iniciava a partida no habitual 4-3-3, com a também habitual equipa, á excepção de Hulk, lesionado, entrando para o seu lugar Varela.
Depois de Estoril, Varela voltou a ser titular.
Como supracitado, foi o Vitória a entrar melhor na partida, conseguindo aproximar-se da baliza de Helton com relativo perigo, perante um Porto impotente que precisou apenas duma oportunidade para se adiantar no marcador, aos 19 minutos, através de Rolando que, sozinho na grande área, parou no peito e rematou de primeira, numa grande execução do central portista.
Rolando abriu o marcador e festejou o seu 1º golo neste campeonato.
Com o golo, o Porto foi-se aproximando com maior perigo da baliza vimaranense, mas foi sol de pouca dura, já que depressa o Vitória voltou a tomar as rédeas no jogo, muito graças a Nuno Assis e Paulo Sérgio, que jogavam como queriam, pois o Porto não arranjava forma de pará-los, aliado á grande capacidade defensiva de El Adoua, que se tem revelado muito importante no meio-campo vimaranense. O expoente máximo deste domínio foi a flagrante oportunidade desperdiçada por Paulo Sérgio aos 30 minutos á boca da baliza, permitindo o corte de Rolando quando tinha tudo para empatar de novo o jogo.
Paulo Sérgio podia ter empatado o jogo, mas desperdiçou uma soberana oportunidade para voltar a igualar a partida.
Na segunda parte, o Porto marcou logo no reatamento da partida, num excelente lance protagonizado por Moutinho e Kléber, que permitiu ao internacional luso fazer o segundo e descansar os dragões, por apenas 13 minutos diga-se, pois o Vitória continuou a carregar, não se intimidou com mais um golo sofrido e reduziu o marcador através do recém-entrado Faouzi, na recarga a um livre.
Parecia que iria haver jogo até ao fim, mas Vitor Pereira tirou um trunfo da manga: Danilo estreou-se nos azuis e brancos para a posição de médio direito e demonstrou em apenas 30 minutos que será com certeza muito útil para os lados do Dragão, já que fechou na perfeição o lado direito que ao longo de todo o jogo teve muitas dificuldades, graças a Maicon que prova jogo a jogo que não pode, de todo, jogar a lateral, e a James, que raras são as vezes que se consegue manter no flanco, pois está mais que visto que o seu lugar é no meio, a número 10, posição que o Porto em 4-3-3 não tem. Com Danilo em campo, o Porto “fechou a torneira” ás saídas do Vitória pela auto-estrada que é a faixa direita dos portistas e assim a equipa azul e branca controlou o jogo até ao fim, aumentando ainda a vantagem por parte de James Rodriguez, na transformação de um penalty.
James fez o 3º e arrumou a partida; Danilo deu um "cheirinho" do que pode vir a render no clube.
Com esta vitória o Porto continua a depender só de si para revalidar o título, já que a distância pontual de dois pontos manteve-se para as águias.

Homem do jogo: Rolando e Moutinho merecem ambos esta distinção pois, cada um na sua posição, estiveram impecáveis. Destaque também para Álvaro Pereira, que é um todo-o-terreno incansável durante todo o jogo, é impressionante ver que o lateral sobe automaticamente no terreno quando o Porto tem a bola, quer seja ao minuto 1 ou aos 90.
Destaque do lado vitoriano para Nuno Assis, Edgar, Paulo Sérgio e El Adoua.

Imagens:  www.record.xl.pt

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