Falemos hoje de duas ligas ainda não mencionadas neste blog, a alemã e a francesa. Não que estejam esquecidas, mas não é fácil acompanhar semanalmente três a quatro jogos de seis ligas europeias, e por isso nem sempre é possível escrever sobre todas elas. No entanto, sempre que possível, será colocado neste blog a análise aos principais jogos destes dois fantásticos campeonatos.
Comecemos pela Bundesliga: após um ano fraco no que diz respeito a títulos, o gigante Bayern de Munique apostou forte de modo a reconquistar o ceptro nacional, tendo para isso contratado jogadores como Manuel Neuer para a baliza amaldiçoada desde a reforma de Oliver Kahn, o brasileiro Rafinha, lateral direito que andava perdido em Itália depois de ter já passado pelo rival Schalke, contratou ainda o defesa Jeróme Boateng ao Manchester City, bem como o centro-campista David Alaba e o avançado Nils Petersen, este último ao Cottbus. Para além disso, “arrumou a casa” ao deixar sair Klose, Demichelis, o agora merengue Hamit Altintop, bem como jogadores de menor craveira, caso, por exemplo, de Andreas Ottl. No banco verificaram-se também alterações, ao sair o holandês Louis van Gaal e entrado para o seu lugar o alemão ex- Benfica, Real Madrid e Leverkusen Jupp Heynckes.
Neuer teve algumas dificuldades para se impôr no novo clube e só agora começa a fazer esquecer Oliver Kahn. |
Robben continua a ser a grande estrela desta equipa. |
Já o campeão em título Borussia Dortmund, após alguns anos marcados por fraquíssimos resultados desportivos, despertou novamente para a glória pelas mãos de Jürgen Klopp, jovem treinador alemão de 44 anos (para muitos o melhor treinador alemão da actualidade) que vai na sua quarta época consecutiva ao serviço do clube.
Depois de um fantástico 2010/2011, o Dortmund iniciou a época sem a sua âncora do ano transacto, o jovem turco Nuri Sahin, transferido para o Real Madrid por 10 milhões de euros, o que levou a um início titubeante por parte do antigo clube de Paulo Sousa, que perdeu três jogos nas primeiras seis jornadas do campeonato, alastrando-se o mau arranque de época para a Liga dos Campeões, onde perdeu por quatro vezes e ficou afastado das competições europeias este ano.
Mário Gotze será decerto um nome cada vez mais ouvido nos próximos anos. |
Por último, o Schalke reaparece este ano na luta pelo trono alemão, depois de uma época 2010/2011 miserável na Bundesliga, onde ficou em 14º lugar a 35 pontos do campeão, não tendo a boa prestação na Champions (eliminando o então campeão europeu Inter de Milão nos quartos-de-final da prova), que culminou nas meias-finais aos pés do Manchester United, chegado para fazer esquecer o desempenho realizado no campeonato.
Este ano, mesmo tendo perdido o guardião Neuer para o rival Bayern, tudo está diferente para os lados de Gelsenkirchen: terceiro lugar na prova, com os mesmos pontos de Bayern e Borussia, aliando resultados a boas exibições, como verificado nesta última jornada, ao virar de uma desvantagem por 1-0 para 1-4 frente ao Colónia de Podolski.
Raúl, Huntelaar, Jurado, Matip e companhia encontraram o rumo a seguir e isso reflecte-se na alegria apresentada semanalmente pelos comandados do holandês Huub Stevens.
Raúl afinou a pontaria e leva já 10 golos nesta Bundesliga. |
Na Bundesliga os bilhetes são a preços acessíveis. Aqui está o resultado. |
No que á Ligue 1 diz respeito, é visível a grande modificação ocorrida no agora milionário Paris SG em relação á época anterior, que revolucionou por completo o plantel, contratando nomeadamente Sirigu, Javier Menez, Momo Sissoko, Diego Lugano, Javier Pastore (a troco de 43 milhões de euros) e Kevin Gameiro, estes dois últimos as estrelas desta renovada equipa, que viu partir, por exemplo, os veteranos Coupet, Claude Makélelé, Jerôme Rothen e Mateja Kezman (abandonou o clube na janela de transferências de Inverno do ano passado).
Com um plantel de luxo, reforçado ainda mais este mês com as entradas do ex-Chelsea Alex e do ex-Barça Maxwell, a equipa da cidade luz não começou da melhor forma o campeonato, mas recuperou e, com 21 jornadas já disputadas, está de momento no primeiro lugar da tabela com 46 pontos (mais três que o segundo classificado Montpellier), se bem que com exibições sejam sofríveis, algo perfeitamente natural dadas as muitas aletrações na equipa, que vai aos poucos criando as suas rotinas de jogo, a que se acrescenta a substituição do treinador Antoine Kombouaré (antigo jogador do clube) pelo experiente Carlo Ancelotti ainda há poucas semanas. De referir ainda que o antigo clube de Pauleta foi já eliminado das competições europeias este ano, mais concretamente na Liga Europa.
Leonardo fez valer os seus vastos conhecimentos do Calcio e trouxe para Paris o prodígio Javier Pastore. |
Já o campeão Lille está este ano a fazer um campeonato mais modesto em relação ao ano transacto que o conduziu ao título e á conquista da Taça de França, mantendo-se, no entanto na luta pela revalidação do título, já que se encontra em terceiro com 39 pontos, menos sete que PSG.
Apesar da grande época realizada no passado ano, o jovem médio belga Eden Hazard manteve-se no clube, não obstante as propostas que teve dos gigantes europeus, e reforçou o estatuto de estrela da equipa, equipa que viu chegar outros jogadores de grande craveira como são David Rozehnal, Benoit Pedretti e Joe Cole.
Hazard abdicou dos milhões para prosseguir o seu crescimento de forma sustentável no Lille. |
Quem vive uma situação mais complicada em relação a temporadas anteriores é o Olympique de Lyon, actual 4º classificado do campeonato francês, com 38 pontos, menos oito que PSG. Depois de sete títulos nacionais consecutivos, o futebol apresentado pelo Lyon decaiu bastante a nível qualitativo nos últimos quatro anos e isso é bem visível esta época, não sendo decerto isto verificado pela falta de qualidade da equipa, que apresenta jogadores como Lisandro Lopez, Gomis, Michel Bastos, Gourcuff, Kim Kallstrom, John Mensah, Cris, entre tantos outros.
Porém, é possível observar que falta a este Lyon mais algumas soluções para o meio-campo (soluções que abundam na defesa...), pois Kallstrom não caminha para novo, Juninho Pernambucano há muito que não está neste plantel e no Verão passado Pjanic foi transferido para a Roma. Lá na frente, Lisandro Lopez, Gomis e companhia lá vão dando conta do recado.
Em França, Lisandro continua a demonstrar toda a sua qualidade. |
Por fim, o Marselha iniciou o campeonato de uma forma horrível (um dos piores inícios da sua história), com um futebol ao nível do praticado nos distritais, chegando até a estar, ao cabo de seis jornadas, em último lugar com apenas três pontos resultantes de outros tantos empates, a onze pontos do então líder Lyon, tendo a primeira vitória surgido na sétima jornada, isto já depois do treinador Didier Deschamps ter estado com os dois pés fora do clube.
Porém, a (ex) equipa de Lucho González lá conseguiu recuperar (milagrosamente quiçá) e segue de momento em 5º lugar com 37 pontos, mercê de 10 vitórias e sete empates em 21 jornadas. A nível das contratações efectuadas, o médio Alou Diarra tem-se vindo a afirmar no onze titular e veio acrescentar qualidade a um plantel já de si muito bom, com especial destaque para Benoit Cheyrou, Valbuena, Gignac e André Ayew, o que tem permitido ao Marselha jogar em 4-4-2 e (apenas agora) atingir resultados condizentes com o clube.
Deschamps respira agora melhor depois de um início de época confrangedor. |
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