terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Benfica sua para derrotar Feirense

O Benfica sofreu a bom sofrer para levar de vencida o Feirense por 1-2 e consolidar o 1ª lugar do campeonato, depois de ter estado a perder no encontro.
Em Santa Maria da Feira, os actuais líderes da Liga sofreram bastante para vencer um expedito Feirense, que procurou sempre fazer estragos na baliza de Artur. Pablo Aimar e Bruno César regressaram ao onze inicial por troca com os alas Gaitán e Nolito, acreditando Jesus que os alas teriam poucas oportunidades para desequilibrar e que Bruno César seria preponderante numa eventual bola parada, dadas as menores dimensões do terreno. Assim, o Benfica apresentou-se no Marcolino de Castro em 4-2-3-1 com Artur na baliza, Maxi, Luisão, Garay e Emerson; Witsel e Javi Garcia a trincos, Rodrigo na direita em vez da sua habitual posição de avançado, Bruno César na esquerda, Aimar no centro e Cardozo sozinho na frente.
Só que o Benfica nunca se conseguiu adaptar ás menores dimensões do relvado, bem como ás mexidas tácticas de Jesus e o Feirense aproveitou para começar o jogo por cima, tendo a possibilidade de inaugurar o marcador num cabeceamento do central Luciano, que saiu por cima, e num cruzamento/remate, aos 15 minutos, de Diogo Cunha que “beijou” a trave, perante um Benfica impotente que não conseguia dominar o jogo e soltar-se da pressão constante do adversário (prova disso mesmo foi a quantidade de vezes que Luisão e Garay tiveram que “despachar” a bola para a frente, já que não conseguiam sair a jogar).
A partir sensivelmente dos 20 minutos, Jesus deu “ordem de soltura” para Rodrigo se colocar ao lado do paraguaio na frente de ataque, e as águias passaram a jogar com dois avançados e em losango, com Witsel a abandonar o miolo e a jogar na ala direita.
Witsel jogou em várias posições e não esteve tá activo como noutras partidas.
É certo que esta não é a posição onde o belga se sente mais confortável, mas com esta mudança, o clube da Luz cresceu no jogo e ia chegando cada vez com mais perigo á baliza contrária. Isto porque Aimar, embora tenha realizado uma exibição um pouco cinzenta, passou a ter mais bola e mais espaço para espalhar a sua magia e grande visão de jogo pelo relvado, como ficou provado aos 37 minutos quando fez um passe mortífero para Rodrigo que Paulo Lopes defendeu com alguma dificuldade. Nesta altura o Benfica canalizava muito jogo pelo meio, visto que Bruno César apresentou-se uns furos abaixo da sua capacidade, Witsel descaía muito para o centro, ficando apenas Maxi Pereira encarregue das despesas no lado direito. O intervalo chegou com 0-0 no marcador, mas com um Benfica claramente senhor do jogo e com oportunidades para ir a vencer para o descanso, como o cabeceamento com selo de golo de Rodrigo que Paulo Lopes negou de forma brilhante. Ainda assim, aceitava-se o resultado pelos bons 20 minutos dos da casa.
Rodrigo vai-se afirmando a cada jogo como imprescindível no onze encarnado; já Maxi fez uma óptima 2ª parte.
Na segunda parte, o Feirense reentrou a toda a velocidade e após cinco minutos onde sufocou o Benfica, chegou mesmo á vantagem através de Varela, que deu a melhor sequência a um pontapé de canto. O Benfica tinha 40 minutos para dar a volta ao marcador mas precisou apenas de quatro para restabelecer a igualdade, por... Varela, que “traiu” a sua equipa ao fazer um auto-golo.
Após o empate, Jesus não demorou muito a mexer na equipa e lançou Nolito e Gaitán para os lugares de Aimar e Bruno César, de modo a alcançar os três pontos. Com estas alterações, o Benfica ganhava finalmente “asas” para atacar um Feirense que de anjinho não teve nada; Witsel passou para número 10 e os recém-entrados posicionaram-se nas alas, num losango muito ofensivo que procurava desferir a estocada final. Com estas mexidas (e com um Maxi Pereira que surgiu na 2ª parte ligado á corrente) o Benfica encostou finalmente o adversário ás cordas e tomou conta do jogo até obter o que pretendia, leia-se o segundo golo, que surgiu num penalty convertido por Cardozo, a castigar falta de... Varela sobre Rodrigo, já depois do hispano-brasileiro (sempre ele) e Nico Gaitán terem desperdiçado oportunidades para fazer o segundo.
Óscar Cardozo fez mais um golo e eleva para oito os jogos cosecutivos a marcar.
Com o míssil disparado pelo paraguaio, o Benfica recuou as suas linhas para usar umas das suas armas: é certo que deixou o Feirense subir no terreno e aproximar-se com perigo da baliza de Artur, como foi o caso do minuto 78 em que, não fosse Emerson a dar o corpo ao manifesto, muitos corações tinham parado com o empate do Feirense, mas o Benfica dispunha nesta altura de muito espaço para lançar o seu venenoso contra-ataque, com Gaitán e Rodrigo, este já nos descontos, a desperdiçarem a oportunidade de fazerem o terceiro para o líder da Liga.
O jogo lá chegou ao fim e os encarnados conquistaram uma preciosa vitória arrancada a ferros que permitiu estar, na altura momentaneamente, com cinco pontos de vantagem para o rival Porto.
Fora das quatro linhas, nota para a lotação praticamente esgotada do Marcolino de Castro, apesar dos preços elevados para assistir ao encontro, com o Benfica a ser mais uma vez o “ouro dos pobres”. Nota também para a bancada atrás da baliza defendida por Paulo Lopes no segundo tempo, que cedeu com os festejos ao golo de Cardozo e para a grande atitude dos Diabos Vermelhos, que cumpriram o que disseram e não assistiram ao jogo dentro do estádio, mas puxaram pela equipa ao se colocarem num dos prédios junto ao estádio(seguramente pagaram ao condomínio desse mesmo prédio para lá poderem assistir á partida, mas decerto não tanto como se assistissem a jogo dentro do recinto desportivo).
Varela foi muito infeliz nesta partida.
Homem do jogo: Paulo Lopes e Rodrigo fizeram uma excelente exibição e ambos merecem esta distinção. Já o central do Feirense Varela não esquecerá tão cedo este jogo, pois marcou um golo em cada baliza e cometeu o penalty que originou o segundo tento encarnado.

Imagens: www.record.xl.pt

Bundesliga e Ligue 1: os campeonatos esquecidos


Falemos hoje de duas ligas ainda não mencionadas neste blog, a alemã e a francesa. Não que estejam esquecidas, mas não é fácil acompanhar semanalmente três a quatro jogos de seis ligas europeias, e por isso nem sempre é possível escrever sobre todas elas. No entanto, sempre que possível, será colocado neste blog a análise aos principais jogos destes dois fantásticos campeonatos.
Comecemos pela Bundesliga: após um ano fraco no que diz respeito a títulos, o gigante Bayern de Munique apostou forte de modo a reconquistar o ceptro nacional, tendo para isso contratado jogadores como Manuel Neuer para a baliza amaldiçoada desde a reforma de Oliver Kahn, o brasileiro Rafinha, lateral direito que andava perdido em Itália depois de ter já passado pelo rival Schalke, contratou ainda o defesa Jeróme Boateng ao Manchester City, bem como o centro-campista David Alaba e o avançado Nils Petersen, este último ao Cottbus. Para além disso, “arrumou a casa” ao deixar sair Klose, Demichelis, o agora merengue Hamit Altintop, bem como jogadores de menor craveira, caso, por exemplo, de Andreas Ottl. No banco verificaram-se também alterações, ao sair o holandês Louis van Gaal e entrado para o seu lugar o alemão ex- Benfica, Real Madrid e Leverkusen Jupp Heynckes.
Neuer teve algumas dificuldades para se impôr no novo clube e só agora começa a fazer esquecer Oliver Kahn.
Com todas estas modificações, que se juntavam ás grandes figuras Philip Lahm, Ribéry, Robben, Schweinsteiger e Toni Kroos (ainda muito jovem, mas já uma peça importante no Bayern), o plantel do campeonissímo germânico deu um salto em termos qualitativos, tem tudo para se sagrar campeão este época e a verdade é que, após a derrota logo a abrir a Bundesliga, o clube da Baviera encontrou o seu caminho e estabilizou-se num 4-4-2 losango, composto na maioria das ocasiões por Neuer na baliza, seguido de Rafinha, Van Buyten, Badstuber e Lahm; Luis Gustavo a pivô, Frank Ribéry e Schweinsteinger nas alas e Toni Kroos como peça mais adiantada no meio-campo, com Gomez e Thomas Muller (fantástico jogador) no ataque, que lhe permitiu chegar com facilidade ao primeiro posto e apurar-se facilmente no seu grupo na Champions, grupo esse composto ainda por City, Nápoles e Villareal.
Robben continua a ser a grande estrela desta equipa.
Nas últimas semanas tem-se visto um Bayern não tão forte, que permitiu a Dortmund e Schalke se colassem na classificação com os mesmos 40 pontos, face ás vitórias dos três clubes nos jogos deste fim-de-semana.

Já o campeão em título Borussia Dortmund, após alguns anos marcados por fraquíssimos resultados desportivos, despertou novamente para a glória pelas mãos de Jürgen Klopp, jovem treinador alemão de 44 anos (para muitos o melhor treinador alemão da actualidade) que vai na sua quarta época consecutiva ao serviço do clube.
Depois de um fantástico 2010/2011, o Dortmund iniciou a época sem a sua âncora do ano transacto, o jovem turco Nuri Sahin, transferido para o Real Madrid por 10 milhões de euros, o que levou a um início titubeante por parte do antigo clube de Paulo Sousa, que perdeu três jogos nas primeiras seis jornadas do campeonato, alastrando-se o mau arranque de época para a Liga dos Campeões, onde perdeu por quatro vezes e ficou afastado das competições europeias este ano.
Mário Gotze será decerto um nome cada vez mais ouvido nos próximos anos. 
No entanto, a história do campeonato para os actuais detentores do título alterou-se rapidamente e vão já no 13º jogo sem perder, tendo saído vitoriosos em dez desses trezes jogos, incluindo uma vitória por 0-1 no terreno do Bayern. Conta como grande estrela o jovem médio alemão Mario Gotze, que continuando a jogar assim, decerto não ficará muitas mais épocas em Dortmund.  Destaque para a boa defesa apresentada pelo actual campeão, com especial nota para os centrais Subotic e Mats Hummels.

Por último, o Schalke reaparece este ano na luta pelo trono alemão, depois de uma época 2010/2011 miserável na Bundesliga, onde ficou em 14º lugar a 35 pontos do campeão, não tendo a boa prestação na Champions (eliminando o então campeão europeu Inter de Milão nos quartos-de-final da prova), que culminou nas meias-finais aos pés do Manchester United, chegado para fazer esquecer o desempenho realizado no campeonato.
Este ano, mesmo tendo perdido o guardião Neuer para o rival Bayern, tudo está diferente para os lados de Gelsenkirchen: terceiro lugar na prova, com os mesmos pontos de Bayern e Borussia, aliando resultados a boas exibições, como verificado nesta última jornada, ao virar de uma desvantagem por 1-0 para 1-4 frente ao Colónia de Podolski.
Raúl, Huntelaar, Jurado, Matip e companhia encontraram o rumo a seguir e isso reflecte-se na alegria apresentada semanalmente pelos comandados do holandês Huub Stevens.
Raúl afinou a pontaria e leva já 10 golos nesta Bundesliga.
Na época passada o Borussia alcançou o título com 75 pontos, mais sete que o 2º classificado Leverkusen e mais dez que o 3º Bayern de Munique, enquanto que o Schalke, como supracitado, ficou em 14º com 40 pontos. Vejamos o que acontece até final nesta edição da Bundesliga. Importante referir também que a Premiere Sky, canal alemão semelhante á Sport TV que permite visualizar todos os jogos da 1ª e 2ª divisão alemã, custa mensalmente aos seus utilizadores sensivelmente 17 euros, enquanto que a média do preço dos bilhetes no campeonato é de 12 ou 13 euros. É verdade que, em relação á Premiere Sky, o custo é “só” para assistir aos jogos alemães, mas quanto custa em Portugal ver futebol, quer seja na televisão ou nos estádios? E alguém vê lugares vazios nos estádios alemães?
Na Bundesliga os bilhetes são a preços acessíveis. Aqui está o resultado.




No que á Ligue 1 diz respeito, é visível a grande modificação ocorrida no agora milionário Paris SG em relação á época anterior, que revolucionou por completo o plantel, contratando nomeadamente Sirigu, Javier Menez, Momo Sissoko, Diego Lugano, Javier Pastore (a troco de 43 milhões de euros) e Kevin Gameiro, estes dois últimos as estrelas desta renovada equipa, que viu partir, por exemplo, os veteranos Coupet, Claude Makélelé, Jerôme Rothen e Mateja Kezman (abandonou o clube na janela de transferências de Inverno do ano passado).
Com um plantel de luxo, reforçado ainda mais este mês com as entradas do ex-Chelsea Alex e do ex-Barça Maxwell, a equipa da cidade luz não começou da melhor forma o campeonato, mas recuperou e, com 21 jornadas já disputadas, está de momento no primeiro lugar da tabela com 46 pontos (mais três que o segundo classificado Montpellier), se bem que com exibições sejam sofríveis, algo perfeitamente natural dadas as muitas aletrações na equipa, que vai aos poucos criando as suas rotinas de jogo, a que se acrescenta a substituição do treinador Antoine Kombouaré (antigo jogador do clube) pelo experiente Carlo Ancelotti ainda há poucas semanas. De referir ainda que o antigo clube de Pauleta foi já eliminado das competições europeias este ano, mais concretamente na Liga Europa.
Leonardo fez valer os seus vastos conhecimentos do Calcio e trouxe para Paris o prodígio Javier Pastore.

Já o campeão Lille está este ano a fazer um campeonato mais modesto em relação ao ano transacto que o conduziu ao título e á conquista da Taça de França, mantendo-se, no entanto na luta pela revalidação do título, já que se encontra em terceiro com 39 pontos, menos sete que PSG.
Apesar da grande época realizada no passado ano, o jovem médio belga Eden Hazard manteve-se no clube, não obstante as propostas que teve dos gigantes europeus, e reforçou o estatuto de estrela da equipa, equipa que viu chegar outros jogadores de grande craveira como são David Rozehnal, Benoit Pedretti e Joe Cole.
Hazard abdicou dos milhões para prosseguir o seu crescimento de forma sustentável no Lille.
Será muito complicado para os comandados do francês Rudi Garcia (no clube desde a época 2008/2009) revalidarem o título, mas estão na luta.

Quem vive uma situação mais complicada em relação a temporadas anteriores é o Olympique de Lyon, actual 4º classificado do campeonato francês, com 38 pontos, menos oito que PSG. Depois de sete títulos nacionais consecutivos, o futebol apresentado pelo Lyon decaiu bastante a nível qualitativo nos últimos quatro anos e isso é bem visível esta época, não sendo decerto isto verificado pela falta de qualidade da equipa, que apresenta jogadores como Lisandro Lopez, Gomis, Michel Bastos, Gourcuff, Kim Kallstrom, John Mensah, Cris, entre tantos outros.
Porém, é possível observar que falta a este Lyon mais algumas soluções para o meio-campo (soluções que abundam na defesa...), pois Kallstrom não caminha para novo, Juninho Pernambucano há muito que não está neste plantel e no Verão passado Pjanic foi transferido para a Roma. Lá na frente, Lisandro Lopez, Gomis e companhia lá vão dando conta do recado.
Em França, Lisandro continua a demonstrar toda a sua qualidade. 

Por fim, o Marselha iniciou o campeonato de uma forma horrível (um dos piores inícios da sua história), com um futebol ao nível do praticado nos distritais, chegando até a estar, ao cabo de seis jornadas, em último lugar com apenas três pontos resultantes de outros tantos empates, a onze pontos do então líder Lyon, tendo a primeira vitória surgido na sétima jornada, isto já depois do treinador Didier Deschamps ter estado com os dois pés fora do clube.
Porém, a (ex) equipa de Lucho González lá conseguiu recuperar (milagrosamente quiçá) e segue de momento em 5º lugar com 37 pontos, mercê de 10 vitórias e sete empates em 21 jornadas. A nível das contratações efectuadas, o médio Alou Diarra tem-se vindo a afirmar no onze titular e veio acrescentar qualidade a um plantel já de si muito bom, com especial destaque para Benoit Cheyrou, Valbuena, Gignac e André Ayew, o que tem permitido ao Marselha jogar em 4-4-2 e (apenas agora) atingir resultados condizentes com o clube.
Deschamps respira agora melhor depois de um início de época confrangedor.
Muita tinta vai ainda correr sobre este campeonato francês, nomeadamente na próxima jornada em que haverá um Marselha – Lyon. A ver vamos igualmente se PSG confirma o estatuto de favorito e conquista o troféu que lhe foge desde a longínqua época 1993/1994.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Taça do Rei: Real domina Barça, mas fica pelo caminho


Na passada Quarta, os amantes do futebol assistiram ao melhor Barcelona – Real Madrid dos últimos anos. O Real fez um jogo fantástico e merecia melhor sorte, enquanto o Barça é... o Barça. Os madrilenos foram eliminados, mas decerto que os adeptos não ficaram descontentes com a exibição... Vamos por partes: á partida para esta segunda mão dos quartos de final da Taça do Rei, o Real Madrid deslocava-se a Camp Nou em desvantagem devido á derrota sofrida em Bernabéu por 1-2 uma semana antes e com muito mais a perder do que a eliminatória, ao contrário do que muito se disse, pois os merengues podiam perder também a credibilidade perante os seus exigentes adeptos, Mourinho podia perder o plantel, que se podia desmoronar como um baralho de cartas, os níveis de concentração para o (muito) que resta do campeonato iriam baixar com mais um título perdido para o Barcelona (e recordemos as passadas Champions, Liga e Supertaça) e todo o trabalho que Mourinho construiu nestes dois anos poderia ser em vão se acontecesse mais um “desastre”. E sem imaginar os meios de comunicação social, que iriam fazer o “funeral” a Mourinho...
Em mais um "duelo" Messi-CR7, o português levou a melhor desta vez.
No entanto, o Real ganhou confiança dos seus adeptos, o mundo catalão rendeu-se á magistral exibição dos merengues (sim, porque a exibição foi mesmo fenomenal!), mais que nunca o Real está coeso e concentrado nos dois outros objectivos da temporada e ficou provada que a diferença entre este Real e o super Barcelona é/está cada vez menor.
Tendo que ganhar por dois golos de diferença ou vencer marcando pelo menos três, Mourinho (que, bem ao seu estilo, não cedeu a pressões e lançou Pepe no onze -e que grande jogo fez o internacional português- para jogar ao lado de Sergio Ramos no centro da defesa com Arbeloa e Coentrão nas laterais) iniciou a partida com apenas um avançado de raiz (Higuaín), mas o argentino era soberbamente apoiado por Kaká, Cristiano Ronaldo e Ozil, com Lass Diarra atrás deste trio como meio para parar o Barcelona logo na primeira fase de construção caso algo corresse mal e o Real perdesse a bola. Quando a equipa tinha de defender, apenas Higuaín ficava na frente, baixando todos os outros de modo à turma merengue defender em 4-5-1, com Lass junto ao carrossel merengue, como já tive oportunidade de escrever neste blog, que é Xabi Alonso. Já o Barcelona apresentou-se como esperado em 4-3-3, com a única surpresa (se é que se pode chamar assim tal a quantidade de vezes que isto se verificou no passado) a ser o posicionamento de Iniesta no trio atacante, ao lado de Alexis e Messi, jogando no meio-campo Busquets, Xavi e Fábregas. Na defesa o tradicional quarteto formado por Dani Alves, Puyol, Pique e Abidal.
Desta vez sem polémicas, Pepe foi dos melhores em campo e "encostou" o astro a um canto.
Á semelhança dos clássicos já disputados esta época, o Real entrou melhor na partida e aos 5 minutos de jogo tinha já disposto de duas claras oportunidades de golo, mantendo-se o melhor desempenho do Real durante quase toda a primeira parte, apesar das oportunidades desperdiçadas também do lado catalão, com destaque para o remate de Messi ao lado aos 15 minutos. E digo quase porque o Barcelona conseguiu nivelar a partida aquando da entrada de Pedro pelo lesionado Iniesta, permitindo ao Barça ter outra chama na frente de ataque que o médio espanhol não dá. Só que, até á entrada do camisola 17, era o Real quem dominava a partida por completo, com a grande oportunidade da primeira parte a ser o fabuloso remate a mais de 30 metros do alemão Ozil (em clara subida de forma) á barra, deixando seguramente a baliza a tremer ainda nesta altura.
Como supracitado, o Barcelona subiu de rendimento com a entrada de Pedro e chegou ao golo através do mesmo Pedro, conferindo ao Barça uma injusta vantagem face ao que acontecera até ao minuto 43 (o do golo), que mais injusta ficou com o excepcional golo de Dani Alves, já para além dos 45’.
Iniesta viu o azar bater-lhe á porta com uma lesão...
Podia-se pensar que tudo estava resolvido e que no segundo tempo o conjunto madrileno se iria entrar no joguinho catalão, “cheirando” apenas o esférico. Nada de mais errado: Mourinho fez entrar Granero para o lugar de Diarra, passando a sua equipa a actuar num 4-1-3-2, com Xabi na posição 6, Ozil, Kaká e Granero á sua frente e Ronaldo ao lado do argentino Higuaín e o Real entrou ainda mais forte que nos primeiros 45 minutos, secando por completo a fonte vulgarmente chamada por Barcelona que, ao contrário do habitual, foi dominado (Messi é extraordinário, mas a defesa merengue, especialmente Pepe e S.Ramos, fizeram desaparecer o astro argentino da partida).
...mas foi a partir desse momento que o Barça passou a jogar melhor e fez dois golos.
Tal supremacia blanca tinha que trazer resultados práticos, que apareceram finalmente aos 68 minutos, por Cristiano Ronaldo, quando Mourinho tinha já feito entrar Benzema e Callejón para os lugares de Higuaín e Kaká, respectivamente.
Com o golo marcado, o Real acelerou ainda mais e chegou ao segundo através do avançado francês, a 15 minutos do final. Depois de ir para o intervalo a perder por 2-0, bastava ao Real marcar um terceiro para se apurar.
O Barça só acordou aos 80 minutos, com Messi, por duas vezes, e Pedro á procura do terceiro, que acabou por não surgir para nenhum dos lados, apesar dos muitos esforços de Ronaldo e Benzema.
Benzema fez o 2º dos merengues e deu esperanças ao conjunto madrileno.
Com o empate a dois, o Real perdeu a eliminatória, mas fez o que se costuma chamar de “jogatana”. Já o Barcelona andou com o credo na boca durante toda a partida, tendo passado graças a uma grande exibição em Bernabéu e a uma tremenda eficácia neste segundo jogo.

Imagens: www.record.xl.pt  (excepto a primeira)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

19ª jornada: Nada de novo em Itália

Nada se alterou na 19ª jornada italiana, com AC Milan, Inter e Juventus a vencerem as suas partidas e a manterem os seus lugares na tabela classificativa.
Começando pelo Inter de Milão, os nerrazurri tinham, em teoria, o jogo mais complicado da jornada ao enfrentarem a Lazio de Klose, Cissé e Hernanes e a verdade é que o clube da capital italiana justificou essa teoria, ao perder apenas por 2-1 em Milão.
Claudio Ranieri iniciou a partida em 4-4-2 e adiantou Maicon no terreno, tendo o brasileiro jogado a médio direito, mas quem se adiantou no marcador foram os visitantes, por intermédio do veterano Rocchi aos 30 minutos, dificultando ainda mais a tarefa do Inter. No entanto, a resposta não tardou e Diego Milito restabeleceu o empate com um golo aos 44 minutos de jogo, resultado com que se foi para o intervalo.
Na segunda parte, o Inter entrou disposto a fazer o segundo e Rainieri lançou na partida o médio Sneijder e o avançado Joel Obi de modo a encostar a turma laziale ás cordas e consumar a reviravolta, reviravolta essa que surgiu aos 63 minutos pelo ex-Sampdoria Pazzini, que fez o seu quarto golo neste campeonato.
Satisfeito com a reviravolta, o técnico italiano procurou suster o sempre perigoso ataque dos visitantes e fez entrar o jovem defesa italiano Marco Faraoni e a verdade é que nem Rocchi, nem Klose e nem mesmo Cissé conseguiram fazer o segundo e assim o Inter vai já na sua sétima vitória consecutiva no campeonato.
Ranieri prossegue o bom trabalho e o Inter vai já na 7ª vitória consecutiva na Serie A.

Já Juventus e Milan alcançaram vitórias mais tranquilas, ambas fora de casa, frente á Atalanta e Novara por 0-2 e 0-3, respectivamente.
Apesar da primeira parte sem golos, a equipa de Buffon, Pirlo e Del Piero esteve sempre por cima no jogo e, aos 10 minutos da segunda parte, o defesa suíço Stefan Lichtsteiner materializou o domínio bianconeri em golos, dando a merecida mas ainda magra vantagem aos visitantes, vantagem essa que só foi dilatada aos a nove minutos do final, através do médio Giaccherini, que tinha substituído Marchisio ao intervalo. Com mais uma vitória, a equipa treinada por António Conte continua sem derrotas nesta Serie A, com 11 vitórias em 19 jogos.
Giaccherini fez o 2ª para a Vechia Signora.

Por fim, o actual campeão em título Milan não teve quaisquer dificuldades para bater o frágil Novara por claros 0-3. Sem grande história, o 3-5-2 de Massimiliano Allegri não deu hipóteses ao último classificado da Serie A, com Ibrahimovic, com dois golos, e Robinho a resolverem facilmente a partida, apesar dos golos terem surgido apenas no segundo tempo.
Destaque para a esclarecedora vitória da Roma por 5-1 frente ao Cesena.
Ibra aqui a festejar com Van Bommel; o sueco bisou na partida.

Espanha: Real e Barça goleiam

Em Espanha, nada de novo esta semana, já que tanto Real como Barça golearam os seus adversários por 4-1, mantendo a diferença pontual em cinco pontos a favor dos merengues.
O Barça foi o primeiro a entrar em campo em casa do Málaga de Joaquin, Santi Cazorla, Ruud van Nistelrooy e venceu categoricamente o adversário, sobretudo graças ao endiabrado Messi, que “brincou” quanto quis com a defesa adversária e marcou três dos quatro golos catalães (o outro foi apontado por Alexis Sanchéz), aproveitando para fazer descansar jogadores como Xavi, Puyol e Fabregas. Já o Málaga o melhor que conseguiu fazer foi reduzir a desvantagem por intermédio de Rondon, aos 85 minutos.
Messi assinou três dos quatro tentos catalães e foi um autêntico quebra-cabeças.  (imagem: Jornal Record)

Quanto ao Real, apresentou-se em casa num 4-2-3-1 frente a um Atlético de Bilbao que ainda se adiantou na partida, através de Fernando Llorente ao minuto 13, aumentando ainda mais a tensão madrilista, que, recorde-se, vinha de nova derrota em casa frente ao Barcelona para a Taça do Rei por 1-2. Só que o lateral brasileiro Marcelo deu início á reviravolta no resultado aos 25 minutos, consumada no início da segunda parte por Cristiano Ronaldo, de penalty, logo no segundo minuto após o reatamento. Ronaldo fez ainda o 3-1, novamente de penalty, e Callejón fechou a contagem ao dar o melhor seguimento a um contra-ataque blanco rapidíssimo, aos 87 minutos.
Destaque para a grande exibição de Kaká, que ainda hoje demonstra toda a sua classe e prova que não é o flop como muitos querem fazer ver. De realçar ainda que os encontros disputados este fim-de-semana em Espanha foram referentes á primeira jornada, que na altura não se disputou devido á greve dos futebolistas.
Frente ao Bilbao, Ronaldo bisou, ambos de penalty. 23 golos em 19 jogos este ano na Liga.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

22ª jornada em Inglaterra: Manchesters cumprem as suas missões, Villas- Boas empata

Em mais uma grande jogada do campeonato inglês, ambos os Manchesters tinham adversários de altíssimo nível como são o Tottenham e o Arsenal, mas não claudicaram e seguiram as suas viagens na conquista ao trono inglês. Já o Chelsea continua a não conseguir demonstrar toda a sua força e empatou.
Começando pelos rivais de Manchester: o City tinha uma árdua batalha esta jornada para conseguir manter a sua primeira posição na tabela classificativa, mas o que é certo é que levou de vencida o clube que melhor joga este ano na Liga inglesa, o Tottenham, e continua isolado na Premier League. Perante o que se assistiu durante os primeiros 45 minutos, nada fazia antever uma segunda parte tão fantástica como aconteceu no Domingo, mas tanto City como Tottenham não defraudaram quem ficou em casa a assistir um jogo que teve tanto de emocionante como de surpreendente. Surpreendente porque, nas últimas semanas, os azuis de Manchester iam ganhando todas as jornadas praticando um futebol fraco, sem chama, muito previsível e facilmente anulável por uma equipa mais forte, só que esta semana, apesar de ainda não se terem apresentado ao nível das primeiras jornadas, puxaram dos galões e venceram com justiça um Tottenham que se assumia de semana para semana como candidato ao título em terras de Sua Majestade.
Bale fez o 2-2 e deu esperança aos londrinos...
Jogando em 4-4-2 losango, Mancini deixou Balotelli no banco e apresentou Edin Dzeko e Sergio Aguero na equipa inicial, apoiados por Nasri a 10, Silva e Milner nas alas e Barry a trinco, enquanto que Harry Redknapp, que nas últimas semanas lançou várias farpas ao endinheirado City em relação exactamente ao dinheiro de que agora dispunha, lançou o habitual 4-1-4-1 que tão bons resultados tem trazido a nível exibicional, mas também nos resultados, com Defoe a ponta de lança, apoiado por Van der Vaart, Modric, Lennon á direita e Bale á esquerda, sendo Scott Parker o médio mais recuado.
A primeira parte não foi o que se esperava, muito por culpa do encaixe táctico que se verificava na saída para o intervalo, situação que mudou no segundo tempo, já que as equipas se apresentaram mais soltas e mais balanceadas para o ataque, o que resultou na maior existência de espaços e, claro, golos. Golos esses que surgiram quatro vezes em apenas nove minutos: os homens da casa abriram o marcador aos 56 minutos por intermédio de Nasri, e apenas três minutos mais tarde, aumentaram a vantagem por Lescott; o Tottenham respondeu e Defoe, aos 60, e Bale, aos 65, relançaram de novo a partida para uns extraordinários 25 minutos finais, daqueles que só se vêem em Inglaterra. Roberto Mancini, desesperado pela sua equipa ter deixado fugir tão preciosa vantagem, adoptou uma frase muito em voga nestes dias em Portugal, a famosa “a solução estava no banco” e lançou o irreverente, porém brilhante, Mário Balotelli, por troca com o esforçado bósnio Edin Dzeko, que mexeu com a equipa, mas, sobretudo, deu a vitória ao “seu” Manchester City já nos descontos, na transformação de uma grande penalidade, deixando assim os brancos de Londres a oito pontos.
...mas Balotelli fez o 3-2 final e deu a vitória aos citizens.

Depois do 8-2 da primeira volta, o United deslocou-se a Londres para enfrentar o Arsenal e teve que suar bastante para vencer os gunners por 1-2. Ambas as equipas se apresentaram nos seus figurinos tácticos habituais, isto é, o 4-3-3 londrino (sem o lesionado Henry) e o 4-4-2 red devil (com Nani de início), e proporcionaram um excelente espectáculo de futebol, que, no entanto, só viu golos já nos descontos da primeira parte, através do equatoriano Valencia, levando a turma visitante a vencer para o intervalo.
O Arsenal respondeu á passagem do minuto 70 pelo suspeito do costume que dá pelo nome de Robin Van Persie e empatou a partida, levando á loucura os adeptos londrinos que lotavam por completo o Emirates Satadium. O “problema” é que Sir Alex, cinco minutos após o empate, lançou no jogo o revigorado Paul Scholes, que nada tem a ver com aquele Scholes que se arrastou em campo na final de Wembley contra o Barcelona na final da Liga dos Campeões da época passada, tendo internacional inglês aproveitado para mostrar serviço ao iniciar a jogada que resultou no 1-2, marcado por Welbeck, ao minuto 81.
Welbeck marcou o 2º do United perante o olhar impotente do guardião londrino Szczesny.
Com esta vitória, o United fez 51 pontos e mantém-se a três do rival City. Já o Tottenham está em terceiro com 46 pontos, enquanto que na quarta posição se encontra o Chelsea, que, apesar de uma ou outra oportunidade para marcar, fez um jogo paupérrimo em casa do Norwich City e empatou a zero, ficando assim com 41 pontos, a 13 do líder City. O Arsenal está em quinto lugar, com 36, os mesmos que Newcastle, com 22 jornadas realizadas.
Desilusão de Torres face a mais um empate do Chelsea.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Parabéns ao melhor de sempre...

Neste dia não há benfiquistas, sportinguistas, ou portistas, há "apenas" um Portugal inteiro a desejar um feliz aniversário ao melhor jogador português de sempre: parabéns ao sr. Eusébio, que faz hoje 70 anos.
Os portugueses pedem ao Rei mais 70 anos de vida!!

16ª jornada: Braga consolida o 3º lugar, Sporting continua a desiludir

O Sporting de Braga recebeu e venceu o Rio Ave por 2-1 e consolidou o 3º lugar; já os leões desiludiram ao empatar a zero frente ao Olhanense.
Jogando em casa, o Braga confirmou o favoritismo e, perante 25 mil espectadores, fez o seu trabalho, não só ao nível do resultado, mas também porque a exibição convenceu. Repetindo o onze titular e o 4-2-3-1 usado frente ao Sporting, cedo os comandados de Leonardo Jardim tomaram conta da partida, frente a um Rio Ave que não passeou em campo e procurou levar pontos para casa. No entanto, o trio do Rio Ave composto por Yazalde, Atsu e Kelvin não aproveitou as oportunidades que dispôs e foram os arsenalistas a inaugurar o marcador, através do central Douglão, aos 39 minutos. Menos de cinco minutos depois, o Rio Ave viu a bola entrar novamente na sua baliza, desta vez através de um autogolo do defesa Jeferson, que fez com que, na saída para os balneários, o Braga vencesse por 2-0.
Hélder Barbosa está em grande forma.
Na segunda parte, o jogo foi mais morno, fruto da gestão realizada pelos bracarenses, que levou a que os forasteiros tivessem mais bola e que o Braga saísse com maior perigo para o contra-ataque, dado o muito espaço que tinha. Exemplo disso foi o lance desperdiçado pelo Braga aos 87 minutos: o Rio Ave estava totalmente balanceado para o ataque á procura do golo que lhe permitisse discutir o jogo até final, mas perdeu a bola e Paulo César levou a bola até á área contrária e, só com o guardião vila-condense pela frente, rematou ao poste. Na recarga, Hélder Barbosa rematou á barra.
O Braga não aproveitou para fazer o 3-0, mas aproveitou o Rio Ave para reduzir a desvantagem, já para lá dos 90, na transformação de uma grande penalidade. Não houve tempo para mais e assim o Braga justamente a partida por 2-1, agora com 34 pontos.

Homem do jogo: Hélder Barbosa. Não marcou, mas fez a cabeça em água á defesa visitante e provou que está em excelente forma. Destaque para Atsu, o vila-condense emprestado pelo Porto que a semana passada falhou o jogo contra os dragões por lesão e esta semana jogou (e bem) durante todo o encontro. Coincidência ou uma triste realidade?

Já o Sporting empatou de novo frente ao Olhanense, desta vez a zero, e divide agora o quarto posto da tabela classificativa com o Marítimo.
Sem poder contar com o castigado Elias, os leões depararam-se com o azar mesmo antes da partida se iniciar: Schaars lesionou-se no aquecimento e teve que ser substituído por Daniel Carriço, que mais uma vez jogou a trinco, com Matias e Renato Neto a acompanhá-lo no meio-campo. Destaque também para o regresso á titularidade de Polga e para o facto do Sporting ter iniciado a partida sem um ponta-de-lança de raiz, jogando nessa posição Jeffren, juntando-se a ele Carrillo e Capel no trio ofensivo do 4-3-3 apresentado por Domingos. Mais uma vez a exibição do Sporting deixou muito a desejar, nomeadamente pela ausência de cinco dos habituais titulares desta equipa, como é o caso de Schaars, Elias, Wolfswinkel, Izmailov e Rinaudo, este último ausente já á muito dos relvados mas que continua a deixar muitas saudades no miolo leonino.
Matias esteve sempre muito sozinho.
Com tantas ausências de renome no onze inicial, o Sporting apresentou um futebol aos repelões, sem ideias, muito mastigado e com pouca velocidade, o que levou o Olhanense a tirar partido desse factor e a surgir em frente á baliza de Patrício com perigo. Durante todo o jogo, poucas foram as oportunidades de golo para o conjunto leonino, com excepção feita ao remate de Matias á malha lateral ainda na primeira parte. Carrillo ainda tentou mudar o figurino da partida mas sem grande sucesso e o resultado continuou empatado. Na segunda parte, o Sporting procurou de forma mais intensa desfazer a igualdade, nomeadamente no cabeceamento de Polga para uma grande parada do guarda-redes Fabiano, numa altura em que o Sporting era dono e senhor do encontro, algo que se manteve até aos 70 minutos, já que a partir daí Rui Patrício teve muito trabalho e somente graças a ele os leões saíram de Olhão com um ponto.
Insúa aqui a tentar livrar-se de dois opositores. O argentino não fez um grande jogo, mas cumpriu o seu papel.
De nada valeu a Domingos lançar os jovens talentos Diego Rubio e André Martins na partida para os lugares de Jeffren e Renato Neto, pois o Sporting não chegou ao golo e perdeu dois pontos na visita ao Algarve.

Homem do jogo: Rui Patrício, pois parou tudo que havia para parar. Pode-se dizer que esse é o trabalho dele, o que é verdade, mas não deixou de fazer uma grande exibição.

Imagens (Sporting) : www.record.xl.pt

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

16ª jornada: Encarnados e Dragões vencem e deixam tudo na mesma no topo da Liga

Muita festa no lado encarnado pela vitória, em contraste com a desilusão gilista.
O Benfica e o Porto venceram em casa por 3-1 o Gil Vicente e o Vitória de Guimarães, respectivamente, permitindo aos encarnados manter a vantagem pontual para os campeões em título nesta 16ª jornada. No entanto, ambos tiveram que sofrer para saírem vitoriosos dos respectivos encontros. Comecemos pelos encarnados: entrando em campo sabendo de antemão que o rival do Norte tinha vencido o seu jogo, o Benfica começou o jogo com Garay e Javi Garcia de volta ás suas posições de sempre depois, respectivamente, de uma lesão e um jogo de castigo, Witsel a ocupar o vértice mais adiantado do losango típico do Benfica versão Liga Portuguesa, Gaitán e Nolito nas alas e a já habitual dupla Cardozo-Rodrigo na frente, com o Maestro argentino Pablo Aimar de regresso aos convocados, mas no banco.
Tacuara e Rodrigo, a nova dupla mortífera das águias.
Com 43 mil espectadores a puxar pela equipa, não havia benfiquista que não esperasse a combinação “goleada e nota artística”, mas “esqueceram-se” que o seu clube não estava em treino e tinha um adversário á sua frente disposto a regressar a Barcelos com pontos no bolso. E a verdade é que cantou de galo durante todo o jogo, criando muitas dificuldades ao clube da Luz, que sofreu muito até aos 75 minutos, altura em que arrumou o jogo.
Tudo isto se deveu ao atrevimento do Gil, que saía rápido em contra-ataque sempre com a baliza de Artur na mira e ao facto de anular uma das mais preciosas armas dos encarnados, o jogo pelas alas. Sim, Nolito não fez um jogo histórico do ponto de vista exibicional e sim, Gaitán ainda não recuperou por completo a forma, mas os laterais de Barcelos contaram com a ajuda do seu meio-campo de modo a controlar (com sucesso) as investidas dos encarnados pelos flancos, tornando o jogo do Benfica menos fluído e menos propício ás explosões do espanhol, de Nico e também de Maxi (Emerson é outra conversa).
Deparando-se com este problema, os líderes do campeonato procuravam espaço para criar perigo, mas o golo teve que surgir de bola parada, aos num livre lateral cobrado por Nolito a que Cardozo deu o melhor seguimento com a cabeça, numa bela jogada estudada em que Javi e Luisão arrastaram os defesas gilistas, deixando assim Tacuara livre de marcação para desferir o golpe certeiro aos 27 minutos, naquela que foi verdadeiramente a primeira oportunidade de golo dos visitados, já que aos 15 minutos antes o Gil criou uma boa oportunidade de golo na área contrária.
Cardozo e Garay a festejarem o 1º no Domingo: o paraguaio marca golos, o argentino evita-os e o Benfica persegue o título.
‘Agora serão mais quatro ou cinco!’, devem ter pensado a grande maioria dos adeptos encarnados, mas mais uma vez enganaram-se: aos 40 minutos, canto a favor do Gil, Artur sacode com os punhos e Rodrigo Galo, acabadinho de chegar do Sporting de Braga, faz um grande golo de fora da área e leva o jogo para intervalo com um justo 1-1 no marcador. No intervalo, os visitantes de Barcelos fizeram uma rápida visita a Londres e de lá trouxeram um autocarro de dois andares, muito característico da capital inglesa para com ele entrar em campo no segundo tempo e o que é certo é que o transporte teve combustível até Rodrigo desfazer o empate aos 72 minutos, pois o Benfica deparava-se com os mesmos problemas da primeira parte, sendo obrigado a jogar pelo meio, só que a inspiração no Domingo não foi muita e Jesus teve que lançar Aimar em campo aos 57 minutos para o futebol encarnado ter outro perfume e a história ser outra.
Jesus mexeu bem na equipa e alcançou a vitória.
Não que o argentino tenha fintado os 11 adversários de uma só vez e tenha marcado, mas fez jogar a equipa encarnada e estancou as iniciativas gilistas que “teimavam” em se aproximar com muito perigo da baliza de Artur e fazer sofrer os 43 mil no estádio, principalmente através de Hugo Vieira, que esteve muito irrequieto e causou seguramente muitos arrepios na espinha. Rodrigo desfez então a igualdade, através de um pontapé de fora da área que sofreu um desvio e tirou o guarda-redes Adriano do lance, numa altura em que Jesus, para além de Aimar, arriscou tudo ao lançar Bruno César em detrimento do espanhol Javi Garcia.
Rodrigo, o novo menino bonito do 3º anel.
É certo que o Benfica ficava ainda mais sujeito a contra-ataques venenosos –e ainda se verificava um empate no marcador- mas só a vitória interessava aos da casa, que com estas substituições passaram a jogar num sistema que se assemelhava muito a um 3-5-2, já que Maxi avançava no terreno para a ala direita, Nolito continuava a ocupar a ala esquerda, Bruno César “colou-se” a Aimar na posição 10 e a dupla Cardozo-Rodrigo mantinha-se na frente.
Desta forma, o Gil Vicente viu-se sufocado durante 10 minutos, tempo suficiente para Rodrigo e Aimar fazerem, cada um, um golo e fixar o resultado final em 3-1, que o Gil ainda tentou mudar para 3-2, mas a partida estava acabada e o Benfica venceu a partida sem nota artística mas com muita justiça e não descolou do 1º lugar na tabela. E assim, 43 mil espectadores foram para casa muito contentes...

Homem do jogo: O jogo estava muito calmo, parado até, mas Aimar entrou na partida, espalhou magia, revolucionou o jogo, marcou e deu a suada mas merecida vitória aos encarnados. Grande meia hora do argentino.
Aimar marcou o 3º e demonstrou que o seu frasco tem ainda muito perfume para espalhar pelos campos nacionais.

Em relação aos campeões em título, enfrentaram também muitas dificuldades para superar um Vitória de Guimarães que se começa finalmente a mostrar em termos de qualidade de jogo. Em pleno Dragão, o Vitória iniciou o jogo a controlar as operações, perante um Porto que tinha no banco a contratação Danilo e iniciava a partida no habitual 4-3-3, com a também habitual equipa, á excepção de Hulk, lesionado, entrando para o seu lugar Varela.
Depois de Estoril, Varela voltou a ser titular.
Como supracitado, foi o Vitória a entrar melhor na partida, conseguindo aproximar-se da baliza de Helton com relativo perigo, perante um Porto impotente que precisou apenas duma oportunidade para se adiantar no marcador, aos 19 minutos, através de Rolando que, sozinho na grande área, parou no peito e rematou de primeira, numa grande execução do central portista.
Rolando abriu o marcador e festejou o seu 1º golo neste campeonato.
Com o golo, o Porto foi-se aproximando com maior perigo da baliza vimaranense, mas foi sol de pouca dura, já que depressa o Vitória voltou a tomar as rédeas no jogo, muito graças a Nuno Assis e Paulo Sérgio, que jogavam como queriam, pois o Porto não arranjava forma de pará-los, aliado á grande capacidade defensiva de El Adoua, que se tem revelado muito importante no meio-campo vimaranense. O expoente máximo deste domínio foi a flagrante oportunidade desperdiçada por Paulo Sérgio aos 30 minutos á boca da baliza, permitindo o corte de Rolando quando tinha tudo para empatar de novo o jogo.
Paulo Sérgio podia ter empatado o jogo, mas desperdiçou uma soberana oportunidade para voltar a igualar a partida.
Na segunda parte, o Porto marcou logo no reatamento da partida, num excelente lance protagonizado por Moutinho e Kléber, que permitiu ao internacional luso fazer o segundo e descansar os dragões, por apenas 13 minutos diga-se, pois o Vitória continuou a carregar, não se intimidou com mais um golo sofrido e reduziu o marcador através do recém-entrado Faouzi, na recarga a um livre.
Parecia que iria haver jogo até ao fim, mas Vitor Pereira tirou um trunfo da manga: Danilo estreou-se nos azuis e brancos para a posição de médio direito e demonstrou em apenas 30 minutos que será com certeza muito útil para os lados do Dragão, já que fechou na perfeição o lado direito que ao longo de todo o jogo teve muitas dificuldades, graças a Maicon que prova jogo a jogo que não pode, de todo, jogar a lateral, e a James, que raras são as vezes que se consegue manter no flanco, pois está mais que visto que o seu lugar é no meio, a número 10, posição que o Porto em 4-3-3 não tem. Com Danilo em campo, o Porto “fechou a torneira” ás saídas do Vitória pela auto-estrada que é a faixa direita dos portistas e assim a equipa azul e branca controlou o jogo até ao fim, aumentando ainda a vantagem por parte de James Rodriguez, na transformação de um penalty.
James fez o 3º e arrumou a partida; Danilo deu um "cheirinho" do que pode vir a render no clube.
Com esta vitória o Porto continua a depender só de si para revalidar o título, já que a distância pontual de dois pontos manteve-se para as águias.

Homem do jogo: Rolando e Moutinho merecem ambos esta distinção pois, cada um na sua posição, estiveram impecáveis. Destaque também para Álvaro Pereira, que é um todo-o-terreno incansável durante todo o jogo, é impressionante ver que o lateral sobe automaticamente no terreno quando o Porto tem a bola, quer seja ao minuto 1 ou aos 90.
Destaque do lado vitoriano para Nuno Assis, Edgar, Paulo Sérgio e El Adoua.

Imagens:  www.record.xl.pt

sábado, 21 de janeiro de 2012

O histórico Belém: que futuro?


Este ano na Liga Orangina jogam clubes com passado recente na principal Liga, casos do Portimonense, Naval, Santa Clara, Moreirense e Desportivo das Aves, outros que alcançaram vitórias importantes sobre os grandes quando militavam no escalão superior, como o Trofense (2-0 ao Benfica em 2008/09) ou o Penafiel (1-0 –de novo- ao Benfica campeão com Trapattoni) ou o Leixões, que eliminou o Benfica de Quique Flores da Taça de Portugal. Depois há os históricos, como o Sporting da Covilhã, o Estoril e o Atlético. Por fim, há “o” histórico, o único clube da 2ª Liga que já foi campeão na 1ª, o clube que rivalizou com Benfica e Sporting durante épocas, o Belenenses.
Clube com jogadores históricos como Matateu, Alfredo Quaresma, Pietra, Félix Mourinho ou, mais recentemente, o super guarda-redes Marco Aurélio e Meyong, e treinadores como Marinho Peres, Mário Wilson, Fernando Riera, Cândido de Oliveira ou Jorge Jesus.
Equipa que levou o Belenenses ao único título de campeão da 1ª Liga.
No entanto, os azuis do Restelo têm vivido muitas aflições nesta última década, com descidas á 2ª Liga não confirmadas devido a casos extra-futebol, problemas com dirigentes e falta de verbas, que se tem vindo a reflectir no aumento exponencial do passivo ou na extinção de modalidades (o futsal já não pertence ao clube, é um “esquema” á parte). Muitas são as vozes que se fazem ouvir na tentativa de reanimar o clube do coma em que se encontra, mas pouco - ou nada – tem sido feito nesse sentido, com um constante vaivém de Presidentes e “dirigentes” (se é que se podem chamar assim...) que em nada favorece a estabilidade do clube, que lhe permitiria sonhar com voos mais altos.
O grande Matateu, o melhor jogador da história belenense.
O único dirigente nestes últimos tempos que deu esperança aos adeptos foi João Almeida, em tempos director da claque do clube e antigo Presidente, tendo-se demitido para ocupar a tempo inteiro lugar na Assembléia da Républica como membro do CDS-PP. Assim, os resultados estão á vista de todos: segunda época na Liga Orangina, penúltimo lugar no campeonato, a 12 pontos dos lugares de acesso ao escalão principal e uma equipa muito fraca. José Mota bem se esforça, mas a equipa é simplesmente... fraca, com Miguel Rosa e Abel Camará a serem a excepção á regra este ano.
Poucos têm sido os momentos de glória dos azuis lisboetas no passado recente, mas quem não se lembra da eliminatória para a Taça Uefa contra o Bayern de Munique na temporada 2007/08? Como seria de esperar, não conseguiram a passagem á eliminatória seguinte, mas batalharam contra o gigante alemão que tinha, entre outros, Luca Toni, Podolski, Klose, van Bommel, Ribery e Kahn.
Miguel Rosa...


... e Camará são as estrelas deste Belenenses.



















Hoje em dia, jogos na Uefa “só na Playstation”, mas espera-se que o grande lisboeta volte aos seus tempos áureos e lute de igual para igual como antigamente.
Porque a 1ª Liga fica muito mais completa se tiver o histórico do Restelo a nela militar.


O mítico Estádio do Restelo.